A Determinação da área como terra indígena assegura que o estado nacional seria responsável pelo território e garantiria o proveito da terra para os índios, como acredita o técnico de indigenismo da Funai , biólogo mestre doutor em Agronomia , Julio César de Moraes.
A homologação, confirmada em 2005 pelo presidente Lula, é fruto de um processo iniciado pela FUNAI na década de 80.A demora na efetivação do projeto teve seu preço:durante os tramites judiciais para que o território passasse para o domínio indígena, agricultores invadiram a área .No início dos anos 90, os ocupantes desenvolveram principalmente a cultura de arroz, nas proximidades do município de Uiramutã. Segundo o técnico da FUNAI, como os agricultores desenvolveram uma atividade comercial bastante rentável, acabaram influenciando algumas tribos.
Contrário a essa visão, o Líder da resistência dos rizicultores, Paulo César Quartiero afirma em entrevista ao Site da agência de notícias Radiobrás que “Os indígenas querem progresso. Será uma virada de página no enfoque do tratamento da Amazônia, para entender que é necessário preservar primeiro o interesse nacional e a soberania”.
O líder dos rizicultores conta ainda com o apoio do governo do Estado de Roraima e dos senadores do estado, Mozarildo Cavalcante do PTB, Augusto Botelho, do PDT, e Wirlande da Luz, do PMDB para que a seja revista demarcação da terra indígena. Pela definição,atual, a terra indígena está homologada de forma contínua, ou seja: toda a área interna aos limites da Raposa serra do sol está sob a defesa do Estado Brasileiro, mas só pode ser usufruída pela comunidade indígena da região. Este modelo é defendido pela FUNAI como declara Júlio César de Moraes.
Já os rizicultores, apoiados por alguns indígenas se recusam a sair da região. Apesar da ilegalidade da ocupação, os rizicultores e os senadores do estado de Roraima desejam que a homologação conceda parte de seu território ás plantações. Após a homologação, os arrozeiros receberam prazo até abril de 2006 para se retirarem, recebendo indenização da FUNAI pelas benfeitorias na região além de cadastramento e assentamento pelo Incra . O arrozeiro Luís Afonso Faccio, da Associação dos Arrozeiros de Roraima, alega que é insuficiente o valor já depositado pela FUNAI , que corresponde a um vigésimo do valor das benfeitorias.os invasores também reclamam que a rizicultura não se desenvolverá igualmente nas terras destinadas ao reassentamento.
Entre os argumentos da associação dos arrozeiros de Roraima para defender a permanência na região estão a área requerida e a efetividade da plantação. A associação afirma que o território ocupado é de apenas um centésimo da terra indígena e que a cultura de arroz representa treze por cento do Produto Interno Bruto Roraimense, gerando sete mil empregos diretos e indiretos. O governador de Roraima apresenta números distintos. Para José de Anchieta júnior, a rizicultura seria responsável por seis por cento do PIB e por dois mil empregos diretos que seriam prejudicados com retirada dos arrozeiros.
Apesar de contestar os números apresentados pelos rizicultores, o governador chegou a dizer em coletiva que a decisão do Supremo tribunal federal, que suspende a operação upatakom três, é uma vitória do povo trabalhador do estado, e que o Conselho indígena roraimense, o CIR, deveria acatar a decisão, cogitando até mesmo chamar o exército brasileiro para garantir a paz se necessário.
A Polícia federal, que não interveio nos dois anos e meio em que a homologação esteve confirmada, atua na região para amenizar os possíveis conflitos entre indígenas e posseiros.
Os rizicultores comemoram a suspensão da operação upatakom três pelo Supremo Tribunal federal. Houve carreata nas ruas da capital com o Deputado Marcio Junqueira, do DEM, antigo PFL, sem relatos de qualquer tipo de violência. Bastante diferente das comemorações da homologação, em 2005, quando um incêndio em uma ponte impediu três mil pessoas de comparecerem a comemoração e um esquema de segurança teve de ser elaborado para a proteção das autoridades.
Hoje, indígenas e rizicultores aguardam o julgamento final da homologação da Terra indígena Raposa Serra do Sol. Como tradições devem ser preservadas, o julgamento no supremo tribunal federal não tem data definida. Durante o impasse, a polícia federal montará guarda na reserva, coma intenção de proteger os moradores, legítimos ou não. É bom que se observe atentamente o que vai acontecer em Roraima. Uma decisão pró-indígena nos livrará de parte da culpa histórica que carregamos, ás custas do desenvolvimento de um estado que possui quarenta e seis por cento de seu território destinado a territórios indígenas. Uma decisão pró-rizicultores nos sacrificará um mínimo de dignidade que supomos possuir, em apoio a pessoas como Quartiero, cassado por compra de votos para a prefeitura de Pacaraima, município no interior da reserva. Ambas decisões devem gerar conflitos, mas adiar esse julgamento é por certo decisão pior que as duas : se passar muito tempo na região , é possível que a polícia federal acabe querendo um terreno por lá também...
Paulo César Quartiero foi preso por ferir a bala índios que invadiram sua propriedade...parece que não gosta de ter sua terra invadida. Por que será ele acha que os índios gostam da intromissão dele na região?
hu-hum , são os terríveis estrangeiros querendo roubar o que é nosso...como eles são maus. Usam os índios pra alcançar seus objetivos malígnos.
Desculpe-me pela irreverência:Se há uma ameaça ao território brasileiro, o exército resolve.Nada impede que as forças nacionais atuem para defender a TERRA INDÍGENA (sabe o que indígena quer dizer?), aliás , é dever do exército defendê-la, posto que a coletividade indígena está sob a tutela do Estado.Essa história, lamento, não cola.
No líbano, o hizbollah usa uma tática semelhante de propaganda:alega que o governo é pró israel, frança e estados unidos pra intervir belicamente alegando que a influencia estrangeira é o grande mal do país(mesmo sendo financiado pelo irã e pela síria).
A alegação econômica é ultrajantemente egoísta.O estado era indígena. Na verdade , o continente era, mas esse tipo de justiça não vai acontecer.Quartiero atirar em invasores é , no mínimo, uma contradição.Se ele pode invadir a terra indígena , por que o inverso não pode ocorrer?
há arrozeiros que merecem ser resarcidos pelo investimento , e reassentados com igual possibilidades de desenvolvimento de sua cultura, mas devem sair de um território que não lhes pertence e que não poderia ser vendido.
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